07 agosto 2015

O que é a Caixa Carpe Diem?

Estou na segunda Caixa Carpe Diem, A caixa de número 9 passei para minha amiga Adriana Biasoli e agora estou com a Caixa de número 50.

Mais do que aprovado pelo conteúdo, o que me fascina nesse projeto é a ‘conversa lenta’ e prazerosa com a poesia. Idealizado por Douglas Jefferson, 22 anos, ele mesmo um poeta, as caixas de poesia fazem muito bem a alma, por isso deixo aqui a entrevista que fiz com Douglas, que tão bem explica o passo a passo para a criação das caixas.

1. De onde surgiu a ideia do Projeto Carpe Diem?

Em 2014 eu tive o desejo de presentear uma pessoa com poemas depositados em uma caixa, onde ela deveria retirar um por dia até acabar. Penso que este foi o movimento embrionário do projeto.

O projeto surgiu na madrugada do dia primeiro de janeiro de 2015, nas primeiras horas do ano, em uma conversa com a amiga Natália Cruz.

Foi aí que eu estabeleci que gostaria de levar a ideia para todos os Estados do país como forma de disseminar poesia na sociedade. As pessoas que desejassem fazer parte do projeto deveriam imprimir os poemas, que eu enviaria por e-mail, recortá-los, dobrá-los e coloca-los dentro de uma caixa. Então elas deveriam tirar um poema por dia durante um mês e, ao término, deveriam passar a caixa para outra pessoa, formando uma corrente poética.

Mais tarde, com o auxílio da amiga Bárbara Bonani, uma atriz de comerciais televisivos, nós começamos a agregar novos valores ao projeto. Foi dela a ideia de introduzir uma “ação do bem” junto de cada um dos 31 poemas, frases e textos pertencentes a Caixa Carpe Diem.

Ainda na fase de desenvolvimento e seleção de conteúdo, que levou um mês inteiro, tive o auxílio da amiga Ester Barroso, dona da página de poesia no Facebook “Moça, você é mais poesia que mulher” e meu braço direito na divulgação do projeto.

No momento estamos em vinte Estados do Brasil, além do Distrito Federal, e alguns lugares dos Estados Unidos, mas não queremos parar. Com a ajuda das pessoas que gostam de poesia podemos alcançar todos os Estados brasileiros e, no futuro, todos os continentes.

O projeto é filosófico e tem por objetivo influenciar o leitor, estimulando-o a práticas altruístas; a um empoderamento pessoal; e a empatia com outros seres humanos, considerando ainda a paz que brota de quem tira alguns minutos para cuidar da alma.

2. Porque você escolheu esse nome?

Inicialmente eu tinha dado o nome de Caixa Poética, mas como havia outros projetos com o mesmo nome, optei por Carpe Diem. A expressão vem do latim e significa "aproveite o dia" ou "faça o seu dia valer a pena" e se encaixa perfeitamente na ideia proposta pelo projeto.

A filosofia de vida Carpe Diem se popularizou no filme Sociedade dos Poetas Mortos, de 1989, e desde aquela época vem inspirando milhares de pessoas ao redor do mundo. Quem ainda não assistiu, vale ver.

"Carpe diem quam minimum credula postero" como disse Horácio Flaco, poeta e filósofo da Roma Antiga, significa: "aproveite o dia de hoje e confie o mínimo possível no amanhã", o que é um conselho tremendamente sábio, visto que o futuro é incerto e que nós não sabemos o dia de amanhã. O que temos de certo é o hoje, assim devemos fazer da nossa existência, algo singular e significativo.

3. Quantas pessoas estão participando?

Somos mais de 50 pessoas! Todos estão convidados a participar. Para isso, tudo o que você precisa é de uma caixa (16 por 20 centímetros, no mínimo), um envelope (onde serão depositados os poemas que já foram lidos) e uma impressora para imprimir os poemas. Então envie um e-mail para caixacarpediem@outlook.com que eu, o mais breve possível, lhe enviarei o conteúdo e todas as instruções referentes ao projeto.

4. Você tem noticias de quem já terminou os 31 dias de poesia?

Sim, algumas pessoas já terminaram o projeto e passaram a caixa adiante. O depoimento dessas pessoas mostra que a ideia funciona e o quanto é importante considerar os pequenos detalhes da vida, perfumando sua existência com ternura, amor ao próximo e poesia.

5. Mais algum comentário?
Eu gostaria muito de ver o Projeto Carpe Diem sendo publicado por alguma editora. Minha amiga Claudia McClure deu a ideia de um livro interativo onde as pessoas leriam uma página de poesia ao dia, com espaço para reflexões, fotos, desenhos e o que mais quiserem colocar. Nesse caso, queria expandir o projeto para hospitais, asilos e outros lugares onde a poesia precisa chegar para suavizar a dureza da vida.

Veja aqui trechos de depoimentos de pessoas que já participaram do projeto:

“Amei a experiência. Foi incrível. Eu consegui reatar alguns laços que eu achei que tinha perdido. Na ação de escrever uma carta, eu escrevi para a minha mãe, com quem estava mantendo um contato superficial. Ela ficou tão feliz e emocionada com a carta que choramos juntas... Algumas poesias eu gostei tanto que colei em lugares visíveis no meu quarto, assim posso reler...” [Catarina Pinheiro -Vitória da Conquista, Bahia]

“Eu adorei participar desse projeto, foi uma experiência maravilhosa que me inspirou fazer isso com a minha família. Neste mês de julho eles irão mudar de cidade e devido ao trabalho e faculdade não poderei ir junto, então vou fazer uma caixa para cada um deles assim, através da poesia estaremos um pouquinho mais perto. [...] Espero que muitas pessoas tenham a oportunidade de participar." [Adriana Aroucha - Sorriso, Mato Grosso].

“Amei participar do projeto e em breve quero poder fazer mais uma caixa. A cada manhã lia exatamente o que eu precisava. [...] Foi mágico e enriquecedor.” [Geslanne Sousa - Teixeira de Freitas, Bahia].

“Gostei bastante da experiência. Todo o dia ficava ansiosa para saber que mensagem me aguardava! (...). Ao cumprir o desafio de “observe o céu alguns minutos”, me lembrei da infância, de quando olhava para o céu e via desenhos nas nuvens. E, os dragões e dinossauros em forma de algodão doce ainda estavam lá no céu e me sorriam. Sorri de volta. A “criança” criativa e sonhadora que se diverte com aquilo que tem em mãos continua aqui.” [Nathy Belmaia - Londrina, Paraná].

“Minha experiência com a caixa foi maravilhosa! Descobri que sou mais sensível do achava que eu era; muitas vezes as ações batiam com coisas que eu já tinha feito no dia. Como uma vez que tirei de noite a ação de olhar fotos antigas e eu tinha passado o dia todo vendo álbuns que estavam na casa da minha avó. A ação que eu mais gostei de fazer foi a de alimentar um cão na rua!” [Gabriela Alvissus - Taubaté, São Paulo].

“Uma amiga de uma cidade aqui vizinha, Queimadas PB, me concedeu a honra de levar adiante esse projeto, o qual segui até o fim da maneira como determinam as regras. Confesso que eu adorava a sensação de todo dia pela manhã ler um poema ou um pensamento reflexivo, cumprindo a ação diária. Me senti mais humano e até mais próximo de Deus. Muito obrigado a todos vocês!” [Paulo Seixas - Campina Grande, Paraíba].

“Apeguei-me tanto a cada palavra do projeto, cada ação, que acabei repetindo-o por umas três vezes. Acontece que tem sentimento que só um poema ou uma prosa pode entender. E pode acreditar que cada papelzinho ali entendeu muito bem cada necessidade diária. Era um alívio pra mim. No projeto apreciei o trabalho de escritores novos e antigos... Reli poemas que há muito tempo eu não lia (...) Eu, como futura professora (me formo ano que vem), vou usá-lo em sala de aula.” [Renata Silva - Cerquilho, São Paulo].


“Participar deste projeto nos torna parte fundamental do início de uma jornada de 31 dias. Desde a elaboração da caixa, a impressão e o recorte dos poemas... Foi muito bom esse passo a passo. Nada melhor que iniciar um projeto dizendo “te amo” [que é uma das ações propostas]; a sensação é distinta pelo fato de você sentir o amor, mas não ter o hábito de dizê-lo. Cada pedacinho de papel que eu abria me fazia perceber mais as coisas que aconteciam ao meu redor; coisas que aconteciam até mesmo coincidentemente com a ação do dia. Poemas que me fizeram refletir e suspirar profundamente (...)” [Paula Oliveira - Manaus, Amazonas].

Pegadas na Areia ~ Mary Stevenson

Uma noite eu tive um sonho.  
 Sonhei que estava andando na praia com o Senhor 
.  E através do Céu, passavam cenas da minha vida. 
  Par...