Aprecio
a narrativa de John Green, mas confesso que leio mais pela curiosidade dele ser
um autor tão popular.
Tendo
dito… vamos a história de Margo e Quentin; vizinhos desde os 2 anos de idade e
cúmplices no encontro com a morte aos 9 anos. (depois de ler você vai
entender melhor…)
No
mês final para a graduação do Ensino Médio, Margo pede ajuda de Q. para uma
aventura. Embora relutante Q. participa e até se diverte. Mas depois da ‘noite
mais divertida’ dos últimos anos, Margo desaparece de casa. Para Q. ‘Margo
sempre adorou um mistério… e talvez ela gostasse tanto de mistérios que acabou
por se tornar um.’
Q.
e seus amigos Ben e Radar, decidem procurar Margo. Na busca, os personagens se
revelam, se divertem e vamos acompanhando a trama nos perguntando: que fios
invisíveis se partiram para que Margo tenha optado por sumir? Devo dizer que a
leitura é imprevisível e vale o folhear de páginas que nem são tantas assim…
Margo
deixa uma pista do seu sumiço, o livro Folhas de Relva (Leaves of Grass),
de Walt Whitman, com uma poesia marcada e intitulada: Song of Myself, que
traduzido seria Canção de mim Mesmo. A poesia é linda, deixo aqui um fragmento.
Eu celebro o eu, num canto de mim mesmo, E aquilo que eu presumir também presumirás, Pois cada átomo que há em mim igualmente habita em ti.
Descanso e convido a minha alma, Deito-me e descanso tranquilamente, observando uma
haste da relva de verão.
Minha língua, todo átomo do meu sangue formado deste
solo, deste ar, Nascido aqui de pais nascidos aqui de pais o mesmo e
seus pais também o mesmo, Eu agora com trinta e sete anos de idade, com saúde
perfeita, dou início, Com a esperança de não cessar até morrer.
Crenças e escolas quedam-se dormentes. Retraindo-se por hora na suficiência do que não, mas
nunca esquecidas, Eu me refugio pelo bem e pelo mal, eu permito que se
fale em qualquer casualidade, A natureza sem estorvo, com energia original.
Casas e cômodos cheios de perfumes, prateleiras
apinhadas de perfumes, Eu mesmo respiro a fragrância, a reconheço e com ela
me deleito, A essência bem poderia inebriar-me, mas não
permitirei.(…)