Uma leitura surpreendente. Vale cada página.
Immaculée conta, como sobreviveu ao massacre de sua família, durante o
genocídio de 1994 em Ruanda, país da África.
Nascida em Kibuye, uma província da Ruanda Ocidental,
Immaculée aprendeu na escola que seu povo estava dividido entre Hutu, Tutsi e um
pequeno grupo de Twas, etnias que embora cantassem as mesmas canções, frequentassem os
mesmos lugares, cultivassem a mesma terra, consideravam algumas diferenças políticas irreconciliáveis .
Na comemoração da Páscoa, o conflito se alastrou. O
presidente que era da etnia Hutu e pregava moderação, foi assassinado e o novo
governante, passou a armar a população Hutu e a incitar violência contra os
Tutsi e Twas. Vizinhos, colegas de escola e até amigos se transformaram em
inimigos e até assassinos.
O conflitos étnico culminou em um holocausto que
deixou mais de 1 milhão de mortos, em ataques de violência brutal. A família de
Immaculée, chegou a abrigar milhares de Tutsi no quintal da casa, mas
desarmados, foram dizimados pela violência dos Hutus e aliados.
Immaculée sobreviveu por ter sido enviada por seu pai
para a casa de um pastor Hutu. Ela e outras seis mulheres ficaram escondidas em
um pequeno banheiro de 1,5 por 1 metro no quarto do pastor. Como poucos sabiam
da existência do banheiro o pastou colocou um guarda roupa em frente da porta.
Lá ficaram por 91 dias, se comunicavam por sinais. Mal conseguiam se mover no pequeno espaço. Nesse livro ela conta como sua fé a salvou e a fez perdoar
seus algozes. Um relato forte e impressionante. Atualmente ela mora nos Estados
Unidos com o marido e os dois filhos, e direciona seus esforços para a
organização que criou, Fundação Ilibagiza, que ampara sobreviventes de guerras
e genocídios.