10 maio 2018

São Francisco de Assis ~ G. K. Chesterton

“Posso dizer (o que significa muito pouco) que São Francisco estava à frente do seu tempo. Haveria muito a dizer sobre o homem que tentou acabar com as Cruzadas, falando com os sarracenos, ou que intercedeu pelos pássaros junto do Imperador. 

Posso tentar fazê-lo, como outros fizeram, quase sem levantar qualquer questão religiosa. Posso tentar contar a história de um santo sem Deus, o que é como dizer escrever a vida de Fridtjof Nansen (explorador norueguês que chegou primeiro à Gronelândia) e estar proibido de mencionar o Pólo Norte, mas não o farei.

Os primeiros biógrafos de Francisco, naturalmente animados com a grande revolução religiosa operada por ele, olharam com naturalidade os seus primeiros anos com os sinais de um terremoto espiritual. Mas, escrevendo mais distanciado no tempo, não diminuiremos o efeito dramático, senão o aumentaremos, se considerarmos que na época não se notava no jovem nada de particularmente místico.

Ele nascera bom; foi capaz da bravura normal infantil; contudo, demarcara a linha da bondade e bravura muito próximo de onde a maioria dos meninos a teria demarcado; por exemplo, ele sentia o horror humano da lepra. Tinha amor ao aparato vistoso e brilhante, inerente ao sabor heráldico dos tempos medievais, e parece ter sido uma figura festiva.

Se não pintou de vermelho a cidade, teria provavelmente desejado pintá-la de todas as cores do arco-íris, como num quadro medieval. Existem, porém, na história do jovem trajado vistosamente que corria ao encalço do mendigo maltrapilho, certas notas de sua individualidade natural que se devem levar em conta desde o começo até o fim. Essa é a história de Francisco....

G. K. Chesterton



06 maio 2018

O Último Jurado ~ John Grisham

Condado de Ford, Mississipi dos anos 70, Willie Traynor, um jornalista de 23 anos, se muda para Clanton e compra o The Ford County Times por 50 mil dólares emprestados por sua avó Bee Bee

O jornal semanal com seus consagrados e bem escritos obituários ganha nas mãos de Willie um novo foco. Willie escreve sobre o cotidiano da cidade. 

Quando a jovem viúva Rhonda Kesselaw é assassinada na presença de seus dois filhos Michael de 5 anos e Teresa de 3 anos, a cidade fica paralisada pela brutalidade e o jornal cresce em tiragem.

O The Ford County Times acompanha e informa cada passo da investigação. Quando Danny Padgitt é preso pelo assassinato, a cidade se divide entre o terror e a indignação. Fosse roubo, suborno, prostituição ou assassinato, nunca no Condado de Ford um Padgitt fora levado ao tribunal e agora Danny estava entre a prisão perpétua e a pena de morte. O julgamento é tenso, cheio de artimanhas, mentiras. A condenação vem junto com a ameaça de vingança contra os jurados. 

Paralelo a essa tragédia, Willie faz amizade com a família Ruffin, moradores de Lownton, o bairro conhecido por ser habitado pelos negros da cidade e aonde a realidade da segregação racial era nítida. Callie e Esau Ruffin criaram oito filhos, sendo que 7 tinham PhD (algo extraordinário). Os Ruffins se tornam uma família para o Willie.

O livro é narrado por Willie e há momentos divertidos, solitários e tensos. A história vai se construindo e vamos ficando com o desejo de saber mais sobre as lutas diárias dos moradores... muito bom.

Outras resenhas, de livros que eu li de John Grisham, por ordem de publicação do autor:
Tempo de Matar (1989)
A Firma (1991)
O Cliente (1993)
O Júri (1996)
O Sócio (1997)
O Advogado (1998)
O Testamento (1999)
A Confraria (2000)
A Intimação (2002)

Pegadas na Areia ~ Mary Stevenson

Uma noite eu tive um sonho.  
 Sonhei que estava andando na praia com o Senhor 
.  E através do Céu, passavam cenas da minha vida. 
  Par...